sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É preciso aprender a beijar

Sim, além disso, é preciso preparo para beijar. Eu acho que os poucos beijos que eu dei - considerando que tive poucas mulheres - na maioria das vezes, o primeiro beijo quase sempre foi roubado. Sabe como, não sabe? Você talvez já tenha praticado esse ato ou então sido vítima dele.

Como acontece: - Você está com uma pessoa, imagina que vai fazer isso, espera uma chance, um momento certo, e quando acontece aquela aproximação... Você beija! Sem que a outra pessoa esteja esperando ou que, necessariamente consinta o beijo.

Não existe um preparo de cada parte ou de ambas as partes. Uma delas toma para si o direito ou a necessidade de fazê-lo e, o ato acontece. Geralmente o desejo do beijo é mais de um, do que de outro. Assim acontece um típico beijo roubado.

Uma vez, eu estava paquerando uma amiga da minha irmã do meio. Essa amiga, não sabia que eu estava de olho nela, eu gostava dela. Certa vez, fomos passar um final de semana na praia em Ubatuba SP: ela, o tio dela - que estava a fim da minha irmã - eu e minha irmã.

Lá, nós quatro numa noite, saímos para ir a um barzinho no point da cidade próximo à Praia Grande. Estávamos sentados à mesa do bar bebendo e conversando e, de repente, ela me convidou para que a gente fosse dar uma volta pela praia.

Eu realmente gostava dela, mas num tinha muita coragem de chegar, não sentia reciprocidade do desejo, mas sentia que ela tinha pelo menos um pouco de atração por mim, sempre fui um pouco tímido em assuntos amorosos. Nesse dia, aquele convite para ir até a praia, me deu certa segurança pra dar uma arriscada. Então, quando chegamos à praia, ficamos conversando encostado numa árvore entre a calçada e as ondas que quebravam à beira mar.

Ai veio a tentação. Naquele lugar, fazia um relativo silêncio, apesar de estar mais ou menos próximo de onde passavam os carros pela avenida.
Eu desencostei da árvore e fiquei assim meio que de frente para o rosto dela. Pedi para que ela continuasse com a cabeça encostada na árvore, e se concentrasse apenas no som das ondas quebrando na praia.

Acho que ela não desconfiou do meu plano e fez tudo como eu estava pedindo. Enquanto observava como ela era bonita mesmo com apenas a luz natural da noite, e ainda tive calma pra observar cada detalhe do rosto dela que eu tão bem conhecia. Quando disse: Feche os olhos! Ela obedeceu e eu a beijei. Ela me beijou também, talvez por uma fração de segundo, tudo foi muito rápido. Quando pensei que pudesse estar no paraíso, ela se afastou brava e disse: - Assim à força?

Eu meio sem graça tentei explicar que eu queria muito isso e, achava que ela não ia querer e acabei roubando esse beijo. Expliquei que gostava dela já ha algum tempo e tal, pedi pra que ficasse comigo, mas ela achou que num daria certo porque morávamos em cidades diferentes, bla bla bla, bla bla bla, e me deu um chega pra lá.

Por fim, resolvemos mudar de assunto e voltar para o hotel caminhando porque tínhamos perdido nossa carona. Só que o curioso, é que ficamos andando mais do que o caminho até o hotel, na verdade, ficamos andando e conversando, quase a noite inteira pela cidade e, umas duas ou três vezes ela sugeriu que sentássemos em algum lugar para descansar um pouco, e continuávamos conversando sentados observando a noite.

O pior era que, esses lugares onde sentávamos eram extremamente tentadores para que eu fizesse uma nova tentativa, mas depois de tudo aquilo, num tive mais coragem de arriscar mais nada, apesar de sentir, que ela estava me pedindo para eu a beijasse novamente. Depois disso, nos encontramos como amigos mais uma ou duas vezes, acabei desencanado. Ela começou a namorar e acabou casando com esse namorado. E depois disso, nós não nos vimos mais.

Continuo... (se quiserem)

2 comentários:

  1. Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos ou pessoas reais é mera coincidência.
    © Todos os defeitos reservados.

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